A contagem regressiva já começou: falta menos de uma semana para o TCB — o maior campeonato de CrossFit do Brasil, que acontece de 25 a 28 de setembro, no Ginásio do Guaibê, no Guarujá. Nesse momento decisivo, enquanto os treinos entram na fase de ajustes finais, o que realmente começa a pesar não são só as cargas e repetições, mas o turbilhão mental que acompanha cada atleta. Ansiedade, perfeccionismo, insônia, insegurança… a mente vai para a arena antes mesmo do corpo.
É exatamente aí que entra o trabalho de Dani Mozer, treinador mental de atletas como Vitor Amâncio, Gabriela Luque, Rô Morais, Ethan Matias, Gabi Macedo, Ana Laura Cattai, Fábio Dechichi, Letícia Cerqueira, Luana Martins, Marina Zago e Susana Etto. Ele atua para blindar seus competidores contra os “sabotadores invisíveis” que podem derrubar a performance.
“Na arena, o físico e o técnico estão nivelados. O que define quem se destaca é a mente. Quem consegue manter o foco nos objetivos, mesmo com a pressão externa, é quem realmente tem chance de brilhar”, afirma Mozer.
Entre os principais desafios psicológicos nessa reta final, Dani aponta cinco pontos críticos:
Perfeccionismo: a busca por execução impecável transforma cada erro em tragédia interna. “Competição é adaptação, não perfeição”, reforça. A atleta Gabriela Luque confirma: “Aprendi a largar a cobrança excessiva e a curtir cada vitória. Isso mudou completamente meu jeito de viver o esporte”.
Pressão: que vem de todos os lados — patrocinadores, redes sociais, treinadores e até da própria expectativa. Ana Laura Cattai relata: “Trabalhar com o Dani me trouxe maturidade. Aprendi a ver cada treino como parte da carreira e a levar essa seriedade para dentro da arena”.
Ansiedade: a mente projetada no futuro cria cenários catastróficos e esgota o emocional antes mesmo da prova. A solução, segundo Mozer, está no foco, no mindfulness e no uso inteligente da visualização como estratégia.
Síndrome do impostor: mesmo com resultados sólidos, muitos atletas sentem que não pertencem ao palco. “Hoje, não entro mais para provar nada a ninguém. Entro para dar meu melhor”, contam seus alunos.
Estresse físico do final da preparação: ajustes na dieta, no sono e no volume de treinos mexem com humor e confiança. “Cuidar da mente é tão essencial quanto planejar cargas. Sem isso, o corpo não acompanha”, explica Dani.
Superar essas barreiras invisíveis não garante apenas performance acima da média, mas também uma experiência mais leve e completa dentro e fora da arena. Os atletas de Mozer chegam ao TCB não só com plano de prova, mas com plano mental.
No campeonato, o cronômetro vai marcar cada segundo. Mas, para eles, a vitória começa muito antes — dentro da própria cabeça.
Fonte: Hilton Mattos
