Voos longos? Especialista dá cinco dicas de como reduzir condições perigosas para circulação das pernas
É comum após passar horas dentro de um avião chegar ao local de destino com as pernas doloridas e inchadas. Mas seria isso um fator preocupante?
A Dra. Helen Pessoni, destaca cinco dicas capazes de atenuar esses sintomas após voos longos. A especialista é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e especialista em cirurgia vascular e endovascular pela Associação Médica Brasileira (AMB).
Seguem abaixo as orientações da médica.
1 – Corpo em movimento!
“A movimentação é muito importante dentro do avião. Às vezes as pessoas ingerem medicamentos para dormir, para relaxarem durante o voo, dormem, e ficam até 10 ou 12 horas na mesma posição, sem beber água, em uma mesma posição, e com a circulação comprimida (principalmente na classe econômica do avião, não há espaço nem para esticar suas pernas direito. Por isso recomendo que meus pacientes levante, vá buscar uma água no final do avião; não ingira medicação que te “apague” (esse tempo imobilizado, por um tempo prolongado, faz uma estase – “parada do sangue”; já tem alteração de altitude, de pressão, que propicia a formação de trombo. Então juntando essas duas condições (estar parado e mudança de altitude), o paciente com medicamento para dormir e não ingere líquidos, isso propicia trombose”, alerta a Dra. Helen Pessoni.
2 – Faça movimentos para ativar as panturrilhas!
“O movimento para ativar as panturrilhas é um movimento de dorsiflexão e dorso extensão dos pés. É levantar e abaixar o pé, várias vezes, para fazer a movimentação da musculatura das panturrilhas. A panturrilha é a principal musculatura da perna, porque irá impulsionar o sangue contra a gravidade. Ela tem força, quando está em movimento, de aumentar o impulso circulatório venoso em até 60%”, explica a especialista.
3 – Uso de meias de compressão: ajuda ou não?
“O uso de meia de compressão ajuda bastante, porque faz uma contenção do edema e um reforço da bomba de panturrilha. A meia pode ser até o joelho, não precisa ser de alta compressão, pode ser suave a média compressão. Cada vez que contrai a panturrilha, a meia, que é elástica, acentua esse movimento de contração e melhora o impulsionamento do sangue. A meia é sim indicada para as pessoas que já tem um histórico de alguma doença vascular, de varizes, e para pacientes que têm histórico de trombose e aqueles que ficam inchados, que tem sintomas no voo também (dor nas pernas, vermelhidão nas pernas)”, orienta a médica.
4 – Escolha roupas confortáveis:
“Com certeza o uso de roupas apertadas pode fazer o garroteamento da circulação. Calça apertada pode garrotear na região da virilha, quanto na região do joelho. Esse garroteamento faz uma “parada“ da drenagem do sangue normal, uma estase, que é um fator de risco para trombose, além da circulação ficar sobrecarregada e poder ficar com inchaço, que é o edema, com aqueles pontinhos vermelhos, que é quando os vasos pequenininhos estouram por causa de uma alta pressão naquele membro”, sinaliza a médica.
5 – Mantenha-se hidratada!
A desidratação pode ser um fator, principalmente em voos , para trombose, As pessoas não bebem água, pois querem evitar ter que levantar para ir ao banheiro, quando na realidade é ao contrário, isso irá ajudá-las. O beber água estimula os rins, depurando toxinas, e evitando a desidratação, a concentração do seu sangue, que é um fator predisponente à trombose. Além da estase, que falei anteriormente, que é a “parada” do sangue, a desidratação, que é a concentração dele, também pode levar à trombose. Então, beber bastante água é importante para a pré-viagem de avião, durante o voo não esquecer também e pós-viagem. Se estiver inchado, posso tomar água? Deve, que é a forma de estimular seus rins a eliminarem o excesso de líquido”, finaliza a Dra. Helen Pessoni.
