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O preço do sucesso: mulheres sacrificam o autocuidado para crescer na carreira

A busca por crescimento profissional ainda cobra um alto preço das mulheres, especialmente daquelas em cargos de liderança. Um levantamento inédito realizado pela Todas Group e pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados revelou que 71% das mulheres líderes abrem mão do autocuidado e da saúde física para se dedicarem à carreira. Além disso, mais da metade (52%) das entrevistadas admitiram negligenciar a saúde mental em prol do trabalho.

O estudo, intitulado “Mulheres nas empresas: o que querem da carreira e da vida pessoal”, também trouxe outros dados alarmantes: 50% das mulheres sacrificaram o tempo com a família, 33% deixaram de lado o lazer e a vida social e 24% renunciaram à maternidade ou ao desejo de ter filhos. Além disso, 14% abriram mão de relacionamentos afetivos e estabilidade financeira para alcançar o sucesso profissional.

Uma rotina de sobrecarga e impactos na saúde

Para a especialista em autocuidado feminino e mentora de mulheres, Andressa Jordão, esse cenário reflete um padrão que vem sendo construído há décadas, no qual as mulheres são incentivadas a provar constantemente seu valor no ambiente de trabalho, muitas vezes à custa do bem-estar. Andressa Jordão diz: Tenho acompanhado muitas mulheres que chegam a mim exaustas, sentindo que precisam se provar o tempo todo. Elas relatam insônia, ansiedade e até sintomas físicos como dores crônicas e fadiga intensa. Recentemente, uma das minhas mentoradas, que ocupa um cargo de liderança em uma grande empresa, percebeu que estava tão imersa no trabalho que não conseguia lembrar a última vez que tinha feito algo por si mesma. Essa falta de autocuidado não apenas afetou sua saúde, mas também sua produtividade e sua capacidade de tomar decisões estratégicas.

MATÉRIA 01 – O preço do sucesso

O preço do sucesso: mulheres sacrificam o autocuidado para crescer na carreira

A busca por crescimento profissional ainda cobra um alto preço das mulheres, especialmente daquelas em cargos de liderança. Um levantamento inédito realizado pela Todas Group e pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados revelou que 71% das mulheres líderes abrem mão do autocuidado e da saúde física para se dedicarem à carreira. Além disso, mais da metade (52%) das entrevistadas admitiram negligenciar a saúde mental em prol do trabalho.

O estudo, intitulado “Mulheres nas empresas: o que querem da carreira e da vida pessoal”, também trouxe outros dados alarmantes: 50% das mulheres sacrificaram o tempo com a família, 33% deixaram de lado o lazer e a vida social e 24% renunciaram à maternidade ou ao desejo de ter filhos. Além disso, 14% abriram mão de relacionamentos afetivos e estabilidade financeira para alcançar o sucesso profissional.

Uma rotina de sobrecarga e impactos na saúde

Para a especialista em autocuidado feminino e mentora de mulheres, Andressa Jordão, esse cenário reflete um padrão que vem sendo construído há décadas, no qual as mulheres são incentivadas a provar constantemente seu valor no ambiente de trabalho, muitas vezes à custa do bem-estar. Andressa Jordão diz: Tenho acompanhado muitas mulheres que chegam a mim exaustas, sentindo que precisam se provar o tempo todo. Elas relatam insônia, ansiedade e até sintomas físicos como dores crônicas e fadiga intensa. Recentemente, uma das minhas mentoradas, que ocupa um cargo de liderança em uma grande empresa, percebeu que estava tão imersa no trabalho que não conseguia lembrar a última vez que tinha feito algo por si mesma. Essa falta de autocuidado não apenas afetou sua saúde, mas também sua produtividade e sua capacidade de tomar decisões estratégicas.

Os impactos dessa sobrecarga variam conforme a realidade de cada mulher. Entre as mães, 65% abriram mão de momentos em família para priorizar a carreira. Já entre as mulheres sem filhos, os maiores prejuízos foram à saúde mental (61%) e aos relacionamentos afetivos (20%).

“O que muitas mulheres não percebem é que, ao deixarem o autocuidado de lado, elas estão comprometendo não só a qualidade de vida, mas também a produtividade e o desempenho profissional. Cuidar de si não é um luxo, é uma necessidade”. O autocuidado não precisa ser complicado ou exigir horas do dia. Pequenas pausas diárias, como uma respiração profunda antes de uma reunião importante, um alongamento de cinco minutos ou até um chá no meio do expediente, já fazem diferença. Outra ferramenta poderosa é a prática da consciência plena (mindfulness): estar presente no que está fazendo, seja no trabalho, seja em um momento de lazer. Além disso, a organização da rotina, com pequenas janelas de tempo para o bem-estar, pode transformar completamente a forma como a mulher lida com a sobrecarga. , explica Andressa Jordão.

Desafios no ambiente corporativo

Além da sobrecarga pessoal, as mulheres ainda enfrentam barreiras estruturais no mercado de trabalho. Segundo o levantamento, 83% das entrevistadas afirmam encontrar dificuldades para crescer na carreira, e entre líderes de alto escalão, 48% relataram desafios significativos.

A percepção de desigualdade também é evidente: 71% das mulheres sentem que seu trabalho não é tão reconhecido quanto o dos homens, e 24% afirmam que os colegas do sexo masculino são promovidos mais rapidamente.

Outro ponto crítico é o ambiente de trabalho. Assédio moral ou sexual foi apontado como a principal causa de saída do emprego por 47% das entrevistadas, seguido por um ambiente tóxico (39%) e falta de oportunidades de crescimento (26%).

“Não basta falar em equilíbrio entre trabalho e vida pessoal sem que as empresas implementem políticas reais de suporte, como horários flexíveis e programas de bem-estar. Muitas mulheres precisam de um ambiente que favoreça o desenvolvimento profissional sem que isso signifique abrir mão da saúde e da vida pessoal”. As empresas precisam ir além do discurso e realmente criar ambientes que apoiem as mulheres. Iniciativas como horários flexíveis, programas de bem-estar e o incentivo ao home office para quem precisa já mostraram resultados positivos. Empresas que oferecem suporte psicológico, licença parental igualitária e até pausas obrigatórias no expediente estão criando uma cultura mais sustentável, e isso impacta diretamente na retenção de talentos femininos, pontua Andressa Jordão;

Caminhos para um equilíbrio sustentável

Para 46% das mulheres, equilibrar a vida profissional e pessoal é a maior prioridade. Essa preocupação é ainda mais forte entre mães (52%), mulheres entre 35 e 50 anos (50%) e aquelas em cargos de coordenação e gerência (51%).

Andressa Jordão ressalta que alcançar esse equilíbrio exige mudanças tanto no nível individual quanto no corporativo. “Autocuidado não significa apenas reservar um tempo para si, mas também estabelecer limites, aprender a dizer não e delegar responsabilidades. Pequenos ajustes na rotina podem fazer uma grande diferença na qualidade de vida.” O primeiro passo para equilibrar carreira e vida pessoal é entender que dizer ‘não’ não significa ser menos competente. Muitas mulheres acham que precisam dar conta de tudo sozinhas, mas delegar e estabelecer limites é um ato de autocuidado. Uma dica simples que ensino às minhas mentoradas é a técnica dos três filtros: antes de aceitar uma nova tarefa, pergunte-se: 1) Isso é realmente urgente? 2) Isso precisa ser feito por mim ou pode ser delegado? 3) Isso está alinhado com meus objetivos?

E uma excelente forma de colocar isso em prática é fazer um cronograma semanal onde a mulher bloqueia horários fixos para seu autocuidado — seja para um exercício, uma leitura ou um momento de lazer — é uma ferramenta essencial para evitar que o tempo para si mesma seja sempre o primeiro a ser descartado.

O estudo deixa claro que ainda há um longo caminho a percorrer para que as mulheres possam crescer profissionalmente sem comprometer a saúde física e mental. Enquanto o mercado de trabalho não se adapta a essas demandas, cabe a cada mulher buscar estratégias que permitam equilibrar suas múltiplas responsabilidades sem abrir mão de si mesma.

Fonte: Vitor Americo

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