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Endometriose: uma em cada 10 mulheres no Brasil sofre com os sintomas da doença!

A endometriose é uma doença silenciosa, o que a torna ainda mais perigosa. Ela age nas células do tecido que reveste o útero (endométrio). E ao invés das células serem expulsas durante a menstruação, que seria o normal, elas se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se e a sangrar.

Dores durante as relações sexuais, sangramento intestinais e urinários, cólicas menstruais de forte intensidade e dificuldade de engravidar são alguns dos sintomas da endometriose. 

O último informe do Ministério da Saúde sobre o tema, mostra que uma em cada 10 mulheres no Brasil sofre com os sintomas da doença. Outro dado do mesmo órgão aponta que a endometriose afeta de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva, podendo se manifestar desde a primeira menstruação até a menopausa.

Para auxiliar no diagnóstico da doença, a ressonância magnética da pelve e a ultrassonografia direcionada para a endometriose são os exames mais pedidos.

Segundo o Dr. Augusto Villela Pedras, especialista em Medicina Nuclear da Clínica Villela Pedras, os exames são muito completos, avaliam a bexiga, óstios ureterais e terços distais dos ureteres, ligamentos redondos, espaço vesico-uterino, útero, endométrio, colo, vagina, uretra, os ovários, região anexial, espaço retrocervical, espaço reto-vaginal e as paredes do canal anal e retal. 

“Cada vez mais a ultrassom vem conquistando espaço, por ser um exame menos claustrofóbico, com sensibilidade e especificidade igual a ressonância, além de ser um exame dinâmico, podendo avaliar melhor a região retro cervical (local mais comum da endometriose), bem como avaliar aderências de forma mais eficaz”, explica o especialista.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE), 57% das pacientes com a doença sofrem com dores crônicas; e em 30% dos casos há infertilidade, daí a importância de realizar consultas regulares com ginecologista.    

Além disto, negligenciar a doença pode resultar no aparecimento de outras complicações que podem ser evitadas se tratadas adequadamente.  

Segundo o ginecologista Guilherme Santos da Clínica Les Peaux, existem várias teorias para justificar o inicio e persistência da doença, mas nada comprovado cientificamente ainda. “ O que sabemos é que a endometriose é uma doença inflamatória e multifatorial e com isso,  fatores como sedentarismo, estresse, emocional, má alimentação e fatores genéticos, todos em conjunto, podem estar relacionados com aparecimento da endometriose e com a intensidade dos sintomas”, explica o ginecologista.

Ainda segundo Dr. Guilherme Santos, vários tratamentos são propostos e isso depende de cada caso individualizado. “ Algumas pacientes controlam bem a endometriose quando melhoram os fatores relacionados ao estresse e ao sedentarismo: melhor alimentação, controle de stress, melhor regulação de sono, pratica de atividade física e hábitos de vida mais saudáveis, sem a necessidade de outros tratamentos medicamentosos”, explica o médico. 

Já outras pacientes vão precisar da utilização de hormônios, seja por pílula oral ou DIU hormonal para controle da doença. 

“Algumas medicações, principalmente progesteronas com efeito anti-inflamatório, como o dienogest, são fortes aliados no tratamento de endometriose. Por fim, alguns casos são cirúrgicos e precisam de uma melhor avaliação do médico ginecologista. As cirurgias geralmente são por videolaparoscopia e tem o objetivo de retirar cicatrizes e focos de endometriose espalhados”, finaliza o ginecologista.

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