Atletas do Tênis na Lagoa encerram série em Portugal com quatro títulos
Antonio Vitor e Carlos Henrique venceram três títulos em simples e um juntos nas duplas
Fotos: Atletas Antonio Vitor e Carlos Henrique com as medalhas e troféus
Alunos do Tênis na Lagoa – Instituto Mirania Gomes Borges, projeto social com 17 anos de existência que atende 160 crianças e adolescentes de todo o Rio de Janeiro, Antonio Vitor e Carlos Henrique, terminaram a gira na Europa de fim de ano de 2021 com quatro conquistas sendo três nas simples e um nas duplas.
Os dois fizeram dobradinha no Tênis Clube de Estoril com título em simples para Antonio Vitor superando Carlos Henrique na final e os dois vencendo juntos nas duplas.
Nos últimos dias do ano, Antonio Vitor venceu dois títulos de simples no 6º Open Quinta da Marinha, em Cascais, na categoria 14 anos e no mesmo torneio só que na categoria 16 anos. Carlos Henrique jogou os dois eventos, perdendo em ambos na semifinal diante de Antonio Vitor.
“Sensação muito boa ter vencido esses três títulos de simples e um de duplas depois de um 2021 difícil que tive com lesão e quase toda a temporada sem jogar , mas essas conquistas me fizeram recuperar a confiança e em 2022 é trabalhar mais para jogar mais torneios”, disse Antonio Vitor.
“Foi um final de ano brilhante dos nossos meninos, do Antonio Vitor, do Carlos Henrique e tudo graças ao nosso esforço e ao apoio de muitas pessoas que nos ajudaram através da vaquinha virtual. Não fosse eles, esses meninos não teriam vivido essas experiências que vão engrandecer não só suas carreiras, mas também como seres-humanos”, disse Alexandre Borges, coordenador do projeto.
Os dois conseguiram arrecadar a verba de R$ 25 mil através de vaquinha virtual para viajarem e cobrirem as despesas para disputarem torneios fora do Brasil pela primeira vez. Enquanto Antonio Vitor é filho de porteiro com doméstica e vive no prédio onde o pai trabalha em Ipanema, Carlos Henrique é da comunidade da Cruzada São Sebastião.
Os dois retornam nesta terça-feira, dia 4, para o Rio de Janeiro onde se preparam parao torneio Winners de projetos sociais do Rio Open, em fevereiro.
Sobre o Projeto Tênis na Lagoa
Fundado em 2004 por Alexandre Borges, professor e apaixonado por tênis desde a infância, o Projeto Tênis na Lagoa – Instituto Mirania Gomes Borges surgiu inicialmente como uma iniciativa particular para atender crianças e adolescentes de comunidades carentes do Rio de Janeiro. Em 2020, o projeto tornou-se Instituto Mirania Gomes Borges em homenagem à mãe de Alexandre.
Com o objetivo de promover o desenvolvimento humano e a inclusão social por meio da prática esportiva, o projeto utiliza as quadras públicas localizadas em frente ao Clube Monte Líbano, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Teve início assim a oferta gratuita de aulas de tênis para a população em vulnerabilidade social da região.
Tendo como princípios a construção coletiva, o respeito à diversidade, a educação integral e a autonomia, o Tênis na Lagoa começou atendendo inicialmente cerca de 60 crianças de comunidades próximas.
Hoje, mais de 160 crianças e adolescentes são atendidos pelo projeto não apenas com aulas de tênis, mas acompanhamento psicológico, aulas de inglês e yoga, passeios educativos, entre outras atividades. Aqueles que se destacam têm ainda a oportunidade de integrar a equipe de competição, representando o Tênis na Lagoa em viagens por todo o país e até pelo mundo.
Atualmente, Alexandre conta com a ajuda de sua esposa, Paula Borges, um grupo de voluntários e alguns apoiadores conhecidos, como o ex-tenista Thomaz Koch, padrinho do projeto desde a sua fundação. Mais de 17 anos após o início das atividades, 4.000 crianças já tiveram sua vida impactada pelo Tênis na Lagoa.
O Projeto Tênis na Lagoa atende crianças e adolescentes das comunidades carentes da Rocinha, Vidigal, Cruzada, Cantagalo, Tabajara, Pavão-Pavãozinho, Rio das Pedras, Muzema entre outros na capital carioca.
Muito além de forehands e backhands, o objetivo do projeto é proporcionar a melhoria na qualidade de vida e o desenvolvimento integral de pessoas em vulnerabilidade social por meio da força de transformação do esporte.
Fonte: Fabrizio Gallas